009) Secos & Molhados- Secos & Molhados (1973)

Artista: Secos & Molhados
Disco: Secos & Molhados (1973)
Design: Décio Duarte Ambrósio
Fotografia: Antonio Carlos Rodrigues

Como produto pop, o disco de estréia dos Secos & Molhados sobreviveu intacto à ação do tempo. Passou no teste também como expoente do rock nacional (apesar de o próprio Ney Matogrosso afirmar se espantar quando dizem que o som é rock'n'roll). Mas onde parece mais intacto é como peça gráfica. Há alguns anos, foi eleita a melhor capa de discos brasileiros em enquete organizada pelo jornal Folha de S.Paulo, deixando para trás capas memoráveis de Tom Zé e Gal Costa. Considerando que o S&M dava mesmo grande valor ao aspecto visual e que sua maquiagem serviu de referência para uma série de projetos, é uma vitória merecidíssima. Antonio Carlos Rodrigues, que clicou a capa, define sua criação como "fantástica", como estilo e como resultado. "Tudo nessa capa é fantástico, o momento em que aconteceu, o fato de o disco ter vendido quase 1 milhão de cópias. Antes disso, os discos mais vendidos no Brasil chegavam a 100 mil exemplares", explica. Com a ajuda do maquiador Silvinho, fez uma série de fotos parecidas com a que está na capa do álbum do Secos, com a cabeça de sua mulher, que era modelo, "servida" em uma espécie de bandeja. As fotos foram recusadas por uma revista, mas acabaram publicadas em outra, a Fotoptica, para a qual cedeu os fotogramas de graça. Rodrigues assistiu a um show dos Secos & Molhados e, em seguida, foi procurado pelo pai do compositor João Ricardo, o jornalista português João Apolinário, que lhe propôs que fizesse a capa do disco. João, que havia visto as fotos que ele clicaria para a Fotoptica, era seu colega no jornal Última Hora. “Quando soube do nome do grupo, montei uma mesa no meu estúdio com vários secos e molhados, coloquei a cabeça deles ali e os maquiei." Para a preparação, todos ajudaram, serrando mesas de compensado - e, durante as fotos, foi gasto muito tempo até que se chegasse ao resultado perfeito, com todos os S&M passando muito frio durante uma madrugada inteira. Antonio Rodrigues repetiu quase que literalmente o trabalho que teve com seu ensaio para a Fotoptica, realizando um dos projetos gráficos mais marcantes do rock nacional e da música popular brasileira. (Fonte: Bizz)

Secos e Molhados- Sangue latino


1 comentários:

Alexandre disse...

Essa capa é demais. Provavelmente a que iniciou a pintura facial na música!

Legal o blog!